domingo, abril 03, 2016

Desconhecer




Eu te vi, você nem reparou em mim.
Eu descobri o seu nome, você demorou meses para lembrar do meu.
Eu dava risada das coisas engraçadas que você dizia, mas que ninguém ria, você sorria para outra pessoa o tempo todo.
Eu nem sabia direito o que fazer para você reparar que eu estava ali, você sumia o tempo todo.
O tempo passou, você aprendeu meu nome, entendeu os meus sinais, te contaram que eu queria saber mais sobre você.
Até que houve o primeiro beijo, o primeiro abraço forte, o primeiro a me dar a mão.
Você foi aquele que deu sentido em todas as coisas, devagar íamos nos tornando apenas um. Foi por pouco.
O tempo passou, já sabíamos tudo um do outro, a felicidade era sem medida, e tudo o que eu queria era te ter para sempre.
Mas houve choro, houve perdas.

Eu fui embora, você ficou. Você tentou me convencer, tentou me trazer de volta, eu não quis.
Mais uma vez o tempo nos arrastou e nos encontramos novamente, e tudo parecia voltar a ter sentido. Mas eu não mudei, você não mudou, eu não sabia lidar com isso, e você estava desesperado demais para me fazer ficar.
As coisas pareciam boas para mim durante um tempo, cheguei a imaginar que estava feliz sem você. Eu podia jurar, que era feliz sem você. Até que em um domingo, como hoje, eu senti minha garganta arder e o coração apertar, faltava uma parte, faltava aquela parte – a que eu te entreguei.
Eu voltei, te fiz voltar.
Eu achei que eu te fiz voltar.
Eu tentei, você até que tentou, mas não sentiu.
Tudo o que eu mais temia aconteceu. Eu te perdi. Você foi embora e deixou tudo cinza aqui.
Até parece o fim do mundo, mas eu sei que não é. Quando não é para ser, não é.
Eu queria poder voltar, ao momento que você nem me percebia e não te perceber também. Sempre disse que corações não deveriam ser partidos, porque eles nunca voltam a ser o que eram.

Você conseguiu, então, eu vou conseguir.
Vou te desconhecer, da mesma forma que eu conheci.

quarta-feira, janeiro 13, 2016

Where does the love go?

Imagem de california, sky, and aesthetic

- Para onde foi o amor? - disse ela, querendo com todas as forças que alguém soubesse a resposta.
Nem um minuto se passou, e ela mesma se obrigou a responder:
- Eu não sei.

A vida é realmente meio engraçada, especialmente quando você para e pensa as voltas que ela dá, e acredite em mim, não é o engraçado daquelas comédias românticas que você está acostumado a ver por aí. Tem que ser louco o bastante para não desanimar e manter-se firme nela. Juro que estou tentando.

Tentando mais ou menos, se tivesse de fato, provavelmente não estaria perdendo mais uma madrugada para falar comigo mesma sobre isso, mas sabe o que é, ainda consigo me lembrar de cada pequeno detalhe que me fez ama-lo, mesmo sem nem ao menos conhece-lo - eu avisei, a vida é louca mesmo. 

Já pensei tantas coisas sobre isso, bem que eu poderia ter tomado outro rumo naquele dia em que o conheci, ou poderia ter visto com outros olhos desde o começo. Eu abriria mão de todos os momentos bons, só para não ter essa dor amarga, que insiste em me ferir cada dia mais.

Histórias como essa, não deveriam acabar assim. Mas, preciso me recompor, talvez já tenha passado da hora de voltar de onde eu parei, e esquecer tudo que me faz lembrar, afinal, ele nunca me amou tanto assim, todas as vezes que ficamos juntos, fui eu a culpada por ter insistido, por faze-lo tentar, fui eu quem apareceu, e quem o viu partir, pela última vez.

Então, acho que está na hora de insistir mais uma vez, e de jogar esse amor no fundo do oceano, só assim, nunca mais vou encontra-lo de novo.

This is it. Let go. Breathe.

domingo, dezembro 27, 2015

Peregrina


Desde pequena, a vida me proporcionou grandes lições, tive que aprender desde cedo que as coisas não seriam como as histórias que eu tanto adorava escutar e que imaginava.

Uma das primeiras lições, foi que devia respeitar todas as fases da vida, e aproveita-las, pois, elas são dádivas, muitas vezes são determinantes, fazem a gente se tornar exatamente o que nascemos para ser.

Ainda consigo lembrar, quando eu não conseguia nem ver por cima do muro da sacada da minha casa. Colocava todos os meus bichinhos de pelúcia em fileiras e cantava como se estivesse sendo ovacionada, e no fundo eu era, ninguém nunca reclamou.
Teve outra época que eu adorava inventar histórias, muitas vezes dramáticas e cheias de reviravoltas - não é atoa que me tornei justamente assim, não é mesmo? - um dos meus grandes sonhos, era ter uma casa para as minhas bonecas, mas que bom que nunca tive, porque eu era capaz de transformar todos os meus brinquedos em uma casa linda, com direito até a mesinha de plástico que virava piscina com tobogã.

Não se conta nos dedos quantos diários eu tive, muito menos quantas puceiras, e tão pouco quantos sonhos.

Teve algo em comum em todas essas fases: as decepções, com o tempo elas viraram as verdadeiras vilãs. Mas com cada uma delas, tive que aprender a ser paciente, e principalmente a enfrenta-las, assim como enfrentei o medo do escuro, e de dormir sozinha no quarto com a porta fechada. Que fase, hein!

Ah, houve outra coisa em comum em cada fase minha: o amor. Eu sempre sonhei com o amor, não só o amor que todos nós queremos ter para o resto da vida, mas, o amor na sua mais simples forma: a compaixão. Sim, essa mesmo, aquela em que você se coloca no lugar do coleguinha e sabe que não deve dizer aquilo para não machuca-lo. Ou, quando você abre mão de coisas que te fariam felizes, só para ver o outro lá, felizão. Com paixão. Toda paixão que deu para por, eu coloquei. Sem arrependimento nenhum.

Atualmente, aprendi com uma das minhas fases que ser é muito mais importante que ter, até porque, nós não somos daqui, tudo que tocamos deixará um dia de ser nosso, mas o que fazemos e o que somos, isso sempre será eterno.

Chegou a fase de só me deixar ser.

domingo, junho 30, 2013

Tentando ir

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Inspirada pela frase do Pedro Bial: "Vá em frente, se der medo, vá com medo." é que hoje eu finalmente escrevo. Tenho passado por uma fase muito ingrata, milhões de sentimentos aqui dentro, mas a tela sempre vazia, nem tenho coragem de abrir mais o meu diário, é como se todas as palavras tivessem presas aqui comigo.

As coisas andam difíceis já faz algum tempo, tenho repetido todos os dias para mim mesma que é apenas uma fase ruim, mas, até quando vai essa fase? Depois de meses, já parece algo permanente. As vezes sinto falta de pessoas que eu sei que jamais voltaram ser as mesmas comigo, mas depois, eu começo a sentir falta de mim, como se eu mesma já não fosse tão eu. Todas as vezes que sinto-me nessa bolha inatingível, me dou conta que prefiro mil vezes que as pessoas mexam comigo, que as pessoas briguem comigo, que as pessoas precisem de mim, pode ser uma palavra, uma duvida, algo pequeno que seja, até quando eu vou precisar correr atrás das pessoas para tê-las na minha vida?

Talvez o que eu precise é virar uma noite com as minhas amigas, ou de alguém que me mande mensagem o dia todo falando sobre qualquer coisa, talvez eu precise assistir um filme triste e chorar sem culpa nenhuma. As vezes parece que eu sou uma pessoa chata, e talvez seja, se não todos aqueles que falaram que não iriam embora teriam ficado.

Apenas estou tentando seguir com todo o meu medo, com todos os sonhos antigos, e com milhões de coisas que me deixaram saudade.

segunda-feira, junho 10, 2013

Parar um pouco...

My Life as a Carousel
Um carrossel, carrinhos de bate e bate, árvores que ao invés de folhas tinham luzes rosas - algo que eu apenas imaginava quando era criança - músicas misturadas, barulho dos meus jogos favoritos, carrinhos enormes que eu nunca podia entrar porque eram muito grandes, brinquedos que eu não alcançava - saudade de quando meu maior problema era esse.

Por um momento senti vontade de ficar lá até todo o barulho lá fora virar silêncio, podia ficar sem brincar, só precisava ficar um pouco sentada olhando aquelas crianças correndo por todos os cantos. Queria ter tempo para isso, para observar as coisas a minha volta, observar mais os meus amigos - as vezes tenho a sensação que não estou sendo boa o suficiente pra eles - observar e enxergar uma saída para os dramas da minha casa. Mas, como conseguiria observar tudo isso, se ultimamente não tenho tido coragem de me observar?

Sim, tem me faltado coragem. E se eu parar, e ver coisas que antes não estavam aqui? E se eu descobrir que todos os problemas das pessoas que eu amo podem ser resolvidos por mim, e acabei ficando de braços cruzados? E se eu parar e perceber que eu me tornei quem eu jurava que nunca seria?


"Moça, não posso ficar dando algumas voltas no carrossel?"
"Posso dirigir um pouco sozinha o carrinho de bate e bate?"
"Já que não, posso então dirigir pra direção que meu coração quer ir?"

segunda-feira, maio 13, 2013

Fingir que não tem


Ando me perguntando, por que tenho me escondido tanto de mim mesma? Por que ao invés de assumir que sou assim, e pronto, vivo fingindo que esse é apenas um dia ruim, e talvez seja por isso que eu não fale muito. São tantos mistérios envolvidos, são tantas caixas fechadas, e eu sem vontade nenhuma de descobrir a surpresa que me espera do outro lado.

Parace que a gente as vezes se acomoda na marcha lenta, parece que se cansa de toda agitação, e a vontade de ficar mais 5 minutos na cama, se torna mais uma hora. Antes parecia um pouco mais fácil, não era? Antes parecia que a vida tinha mais cor, quem andou apagando cores do meu arco iris? Eu tento tanto mudar, mas nem sei direito o porquê de querer tanto.

O que eu preciso mesmo é desligar o modo automático, é aprender a trocar de marcha, e abrir a porta, mesmo com medo do que está do outro lado, a vida acontece enquanto você arrisca, enquanto você descobre tentando, enquanto você disfarça o pior dia da sua vida com um sorriso.

Acredite, eu tento não ter medo, e acho que todos nós deveríamos tentar juntos, acordar amanhã, vestir uma capa de super herói por baixo da roupa, e fingir que não temos medo de nada. Sem medo de arrependimentos, de gostar de quem não gosta da gente, de ir mal em uma prova decisiva, de perder seu melhor amigo, de levar bronca.

Olha pela janela, se encoraja comigo, as coisas acontecem devagar, mas acontecem.

sábado, fevereiro 23, 2013

Terceira pessoa e eu

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Todos vão achar muito estranho o que vou escrever para esta pessoa, aposto que ninguém vai entender o verdadeiro motivo, só se coloque no meu lugar. É que tem alguém na minha vida, que tem me feito engolir muitos sapos, passar por diversas situações, daquelas que deixam o cabelo em pé.

Ela tem me torturado todas as vezes que me lembra o quanto minha vida vai mudar daqui a alguns dias, e tem feito com que eu sinta que não fiz o bastante, que não dei o meu melhor. Talvez ela esteja certa, se eu tivesse não sido tao ansiosa deis do começo teria aproveitado mais, porem, toda via, é uma força maior que tudo isso, ninguém vai entender isso também.

Embora as vezes queira mata-la, percebo que ela anda se esforçando para ser mais agradável, tem lutada arduamente para se tornar uma pessoa melhor, aja luta. Muitas coisas mudaram a algum tempo, e hoje enquanto conversava com ela, percebemos juntas que só mudou porque ela mudou, me ajudou a ter certeza de que as coisas só vão mudar, se a mudança partir de mim.

Não posso reclamar que ela tem atrapalhado a minha vida, na verdade acho que esse comentário é forte demais para ser usado ao se referir de outra pessoa, é você que a deixa atrapalhar, ela não tem poder nenhum sob a sua vida.Todos os dias tenho que lembra-la de que a vida não é um arco iris, que as coisas e principalmente as pessoas não são tão maravilhosas como cada sorriso bonito aparenta, é tudo muito mais complexo do que parece.

Vou vê-la amanhã novamente, e me decidi, vou falar todas as coisas que nela me irritam, tudo que faria dela uma pessoa melhor, se ela vai gostar ou não, não me importa, eu sei que vai pensar nisso enquanto estiver sozinha se preparando para dormir.

De quem eu estou falando? De mim mesma, as vezes é necessário se por em terceira pessoa, só para ver de longe tudo o que falta ter dentro de si.

sábado, fevereiro 16, 2013

Chega de reclamar

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Todos os dias quando acordo cedo, entre a luta em levantar depressa e sair de casa no horário, fico em constante luta interna. Todo dia é a mesma coisa, cada vez mais sono, menos tempo, a noite passa mais rápido, e entre uma reclamação ou outra, um suspiro daqueles que contagia a atmosfera, e deixa o ar mais pesado.

Desde pequena, nunca fui de reclamar, me acostumei a escolher brinquedos pelo menor preço, a ter roupas nem sempre novas, calçados geralmente um número maior, mas nunca reclamei de nada, entendia que o esforço dos meus pais era tão grande quanto todo o amor que eles sentiam por mim, nunca me faltou nada, na medida do possível eles realizavam até algumas vontades minhas, mas sempre com o pé no chão. Ta ai, foram eles que me ensinaram a ter pé no chão, mesmo quando eu sonho alto.

Agora, já grande, e por mais que pareça que já estou criada, a beira dos 18 anos, ainda preciso do abraço forte deles, de todo o apoio do mundo que só eles sabem me dar, e todo o amor com que eles sempre zelaram por mim.

Mesmo com tudo isso, ainda me pego reclamando, pensando no quanto as coisas parecem ser difíceis, quando parece que toda a luta parece ser em vão, e acabo me deparando com realidades que me cortam o coração. Por exemplo, um senhor que vejo passando quase todos os dias, sempre com uma roupa surrada e sujo revirando lixos públicos a procura de latinhas, uma senhora que caminhava com a ajuda de um cabo de vassoura e carregava um tambor que nunca consigo identificar o que é, moradores de rua que você nem imagina como chegaram até ali, deitados naquele chão gelado, e as vezes sem nenhuma coberta.

E eu ainda reclamo? Não, não devo reclamar, me tornaria tão pior quanto aqueles que agridem pessoas que vivem nessas condições, seria também cruel com as pessoas que sempre me deram o necessário para viver bem. Tenho tentado me policiar, e sempre que possível me lembrar que as oportunidades mesmo que sendo escassas, elas existem, o que cabe a mim é continuar acordando cedo, lutando para viver, e rezando pelas pessoas que jogam suas oportunidades no lixo.

sábado, fevereiro 02, 2013

Que culpa eu tenho?

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Quando eu era mais jovem gostava de caminhar, olhar para o alto, e imaginar tudo que podia estar por vir. Hoje fiz isso novamente, mas não foi por querer me apagar do mundo, caminhei porque tinha que caminhar, olhando cada rosto que passava por mim, alguns conhecidos, outros novos por aqui. Não tinha pressa, eu não tinha que ter pressa, o que não for tão importante fica na fila de espera.

Encontrei uma velha amiga, que de velha não tem nada se não as lições, conversamos sobre os rumos de nossas vidas, e quando ela me disse que não se importava mais em estar sempre bem, confesso que me assustei. Tem coisas nas nossas vidas, que não são sempre maravilhosas, não podemos deixar que isso atrapalhe. Se alguém está de mal humor,  ou te trata mal, o que você pode fazer? Nada. Que culpa você tem em a pessoa ser sempre mal humorada? Nenhuma.

Temos mesmo é que acreditar que a vida são as coisas ruins também, são aqueles momentos que você quer ir pra mais longe possível, mas sabe que tem que ficar. Tem que abrir mão, deixar as coisas irem embora, se você fechar seu coração vai impedir que as coisas ruins saiam também.

Se você quer seguir o lado escuro, se não quer escutar, e quer mais que eu me ferre, a culpa não é minha. As coisas só te abalam se você não souber desviar delas, e foi isso que eu fiz a semana toda, e só agora me dei conta.

As vezes, é necessário você abrir o olho só para enxergar as coisas boas.


Fikdik.

domingo, janeiro 20, 2013

O vento me trouxe vontade

Não tenho mais medo, a chuva continua a cair cada vez mais forte no meu telhado, e está me fazendo aprender a olhar os medos de frente, porque quando se tem medo, se recua, muda o caminho, e perde-se muita coisa que foi deixado para traz na correria de sair da neblina.

Não quero fazer ninguém vir comigo, mas se perguntarem a minha opinião eu digo se quero ou não que fiquem. Me acostumei em não ter resposta para tudo, mas continuo olhando para coisas que ninguém nunca olha. Continuo com a ideia de que não preciso ser igual a todo mundo, ninguém deve ser exemplo de ninguém, nessas horas ninguém se coloca no singular.

Estou tentando viver por mim, parar de encher minha mente com coisas que não dependem mais de mim. E tô tentando por tudo para fora aqui, agora. Chega de tentar levar a sério, prefiro morrer de tanto dar risada, do que ficar com rugas de expressão negativas.

Eu quero abrir mão de todo passado que até hoje engoli apenas para tentar não me perder, que eu me perca então, para me encontrar no que faça parte da minha vida agora. Chega de falar tanto "se", quero logo saber se é sim ou se é não. Não vou mais dar o braço a torcer para mim mesma, vou ir, seguir para onde o sol brilha com mais intensidade, passar algumas horas por lá, e se eu me encontrar por lá, é lá mesmo que eu fico.