Um carrossel, carrinhos de bate e bate, árvores que ao invés de folhas tinham luzes rosas - algo que eu apenas imaginava quando era criança - músicas misturadas, barulho dos meus jogos favoritos, carrinhos enormes que eu nunca podia entrar porque eram muito grandes, brinquedos que eu não alcançava - saudade de quando meu maior problema era esse.
Por um momento senti vontade de ficar lá até todo o barulho lá fora virar silêncio, podia ficar sem brincar, só precisava ficar um pouco sentada olhando aquelas crianças correndo por todos os cantos. Queria ter tempo para isso, para observar as coisas a minha volta, observar mais os meus amigos - as vezes tenho a sensação que não estou sendo boa o suficiente pra eles - observar e enxergar uma saída para os dramas da minha casa. Mas, como conseguiria observar tudo isso, se ultimamente não tenho tido coragem de me observar?
Sim, tem me faltado coragem. E se eu parar, e ver coisas que antes não estavam aqui? E se eu descobrir que todos os problemas das pessoas que eu amo podem ser resolvidos por mim, e acabei ficando de braços cruzados? E se eu parar e perceber que eu me tornei quem eu jurava que nunca seria?
"Moça, não posso ficar dando algumas voltas no carrossel?"
"Posso dirigir um pouco sozinha o carrinho de bate e bate?"
"Já que não, posso então dirigir pra direção que meu coração quer ir?"
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