A rotina é algo que sempre me arrepiou. Talvez eu tivesse medo de sempre fazer a mesma coisa, ver as mesmas pessoas. Eu mal saberia que isso seria um grande prazer no futuro.
As pessoas que eu tenho convivido são adultos influentes, cada dia me sinto mais adulta, mais madura.
Houve um dia, que minha chefe estava conversando sobre sua filha, já formada, procurando por um emprego, mas que vive saindo com os amigos e voltando no outro dia.
Outra mulher, disse que sua filha queria um jogo super caro, mas que mesmo quando era criança nunca gostou de video game, se ela quisesse, ela ganharia no máximo um Tablet.
Um homem próximo, contou do namorado da sua filha, que era timido no começo do namoro, e hoje é como se estivesse em casa.
Adultos são tão engraçados. Se importam com coisas tão pequenas, acham que tudo é perigoso e que seus filhos devem sempre ficar em baixo de suas asas, minha mãe é assim.
As vezes, quando ela sente que está me soltando, me puxa com toda sua força e me sufoca. Entendo o seu medo de me deixar sozinha em um mundo tão injusto como o que vivemos, mas só aprendemos lições, sozinhos.
Tentei sempre conversar sobre isso com a minha mãe, e acredito que as filhas dos meus colegas de trabalho também, mas nada mudou.
Pensei que quando começasse a trabalhar e estudar, minha mãe viria que meu senso de responsabilidade deu um grande salto. Não, ela não viu.
Fiquei tentando decifrar essa mente de mãe a bastante tempo, desisti.
Que venham anos, resposabilidades, maior idade, faculdade, casamento, filhos.
Ela vai sempre fazer o possivel para ainda me ter de baixo de suas asas.
E eu entendo, ainda vou querer prender alguém em minhas asas. Certeza.
Att,
Mayara Costa
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