domingo, abril 15, 2012
Última carta
Londres, 16 de Janeiro de 2001.
Eu o amava tanto, sonhava em te-lo para mim todos os dias. O observava com seus amigos, gostava tanto da sua risada, da sua voz, o achava lindo de costas, e mais ainda olhando seu rosto.
Primeiro senti tudo em silencio, é o primeiro passo quando está apaixonada - silenciar.
Segundo é quando você tem certeza do que senti e tem vontade de gritar para o mundo inteiro.
A vida se encarregou de nos colocar na mesma história, foi quando nos beijamos - você ainda não me amava. Mesmo assim, fechou os olhos, e tentou.
Não minto, tenho as lembranças mais lindos de nós dois. E então eramos além de um casal, confidentes. A lembrança que eu mais guardo com carinho, é aquela quando passamos a noite bebendo e dançando, nunca me soltei tanto com alguém como quando estava com você. Nesse dia você me prometeu que ficariamos juntos de qualquer jeito - se não um casal, melhores amigos, depois disse te beijei e chorei.
Surgiram tantos problemas, tanto ciumes e tentações para nos impedir de permanecer juntos. Mas, foi em uma noite de reconciliação que nos amamos pela primeira vez. Não imagina o quanto foi digifil para mim, não conseguia te deixar me tocar, me sentia envergonhada, como se fosse extremamente errado eu permitir você me conhecer assim.
Viajamos, festejamos, tudo era motivo para festa quando estavamos juntos. Nunca imaginei ter alguém assim...
O tempo nos guiou e fez com que aprendessemos diante de tantos erros. Meus, e seus.
Cantei para você, dancei para você, me cuidei pensando em você.
Como pode as coisas mudarem tão rapidamente? Nos tornamos estranhos deitados na mesma cama, você não lia mais o meu olhar e não compriendia e nem tolerava meu comportamento. Mesmo assim, fechei os olhos, e tentei.
Você me traiu, teu corpo adorava outro, e você amava outra mulher na mesma cama da nossa primeira noite.
Não gritei, não explodi, não quebrei nada, não bati em você. Só olhei nos seus olhos e chorei, você viu meu coração sendo quebrado diante de você.
O pior foi ver que você já não se importava tanto, parece que foi tudo premeditado.
Pedi para uma amiga buscar minhas coisas onde agora é apenas a sua casa, recebi algumas ligações suas, só quis atender depois de sentir curiosidade em saber o que você ainda queria tirar de mim. Me pediu desculpa, disse que eu estava distante, e que precisava de alguém, ao final da conversa me perguntou:
- Somos melhores amigos, agora?
Desliguei, fiz minhas malas, e agora te mando essa carta para dizer que você criou um sentimento único em mim, e mesmo que querendo não consigo te odiar. Por isso, vou para o mais longe que posso, onde eu possa esquecer que te amei tanto assim.
Uma amizade pode virar amor. Um amor virar amizade, é quase impossivel.
Mayara Costa
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